sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Fotos da Venezuela

Disponibilizei as fotos da viagem no Picassa:

http://picasaweb.google.com/rafaelleal/Venezuela2008

Abracos e até breve,

Rafael

Do nome Venezuela

Origem do nome Venezuela: quando os espanhois chegaram na terra de Hugo Chavez, encontraram vários nativos em casas estilo palafitas, entao, de uma forma jocosa fizeram uma comparacao com Veneza, e decidiram chamar o local de "pequena Veneza", ou Venezuela. O nome pegou.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Uma experiencia polar em um país Caribenho, ou, pegando um onibus na Venezuela

Em Santa Elena pegamos um onibus para Ciudad Bolivar e aí pudemos constatar na prática o que as lendas já nos alertavam: que o ar-condicionado da Venezuela é algo de outro mundo, ou melhor, dos extremos polares do mundo.

Imagine uma cidade quente, do tipo Cuiabá, aqueles 30 graus com sensacao térmica de 39! Bem, assim é a Venezuela (com excecao de Mérida que fica nos Andes). Bom, numa cidade assim, onde todo mundo passa mais tempo suando do que respirando, inclusive a noite, imagene todo mundo entrando no onibus com calcas jeans, casacos para frio, COBERTORES DE LAN (maldito teclado sem til)! Pois essa é a rotina das rodoviárias venezuelanas. Parece até um plano parverso do capitalismo imperialista estadunidense para que as pessoas tenham que comprar roupas de frio aqui. :-D

Mas assim é! Nos colocamos calca, moleton puxamos nossos sacos de domir no onibus. E acreditem ou nao, no último onibus minhas orelhas quase congelaram!

Esse é um dos mistérios do país que nem os venezuelanos entendem!
Pior, está até como dica no nosso guía de viagens, o Lonely Planet, Dica: ao viajar para Venezuela, leve roupas de frio para os onibus.

Gasolina na Venezuela, ainda em Santa Elena de Uairen

Ao passarmos a fronteira, um posto de gasolina para brasileiros. Aqui na fronteira o comercio de gasolina para brasileiros movimenta muita gente.

A primeira opcao sao os postos para brasileiros. Enquanto para os venezuelanos o litro da gasolina custa BsF 0,10 o litro (R$ 0,05 o litro) para os brasileiros, se nao me engano, custa R$ 1,00.

A segunda opcao sao os pampairos, sao pessoas que tem veículos tipo Pampa, que vem buscar gasolina aqui em Santa Elena e levam de volta para Boa Vista para vender. Detalhe, em Pacaraima, RR, nao há postos de gasolina.

A terceira opcao é o mercado negro, sao venezuelanos que ficam oferecendo gasolina na rua em S.Eelena para os carros brasileiros. Eles compram pelo preco para venezuelanos e vendem por menos que os postos para brasileiros vendem.

Chegada na Venezuela - Santa Elena de Uairen

A chegada na Venezuela foi algo a parte, chegou a dar uma certa vergonha do nosso governo, explico.

Vinhamos por uma estrada toda esburacada, com um mato em volta. Chegamos em Pacaraima, Roraima, que mais parecia Ciudad del Este no Paraguai, onde trocamos Reiais por Bolivares no cambio negro. Passei na Receita Federal para declarar a máquina fotográfica antes de sair. O prédio da receita dava pena, todo velho.

Entao cruzamos para a Venezuela: asfalto perfeito! Com sinalizacao novinha, como se tivesse sido pintada ontem, com olho-de-gato nas extremidades e no centro da pista, a vegetacao bem cortada. Entao chegamos a aduana venezuelana: um prédio com um pé-direito alto, todo novo, piso de porcelanato ou algo parecido, brilhando. Na sala onde mostramos os passaportes, computadores novos, monitores LCD. Olha, relamente parecia que saíamos do Paraguai e entravamos nos EUA.

Na aduana várias fotos do Chávez, propagana da ALBA (alternativa bolivariana para as américas) e por aí vai.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

De Boa Vista a Pacaraima, entrando na Venezuela em Santa Elena de Uairen, 25/08/2008, dia 3

Quando digo que a recepçao do Joao nao foi pouca coisa, eu nao estou brincando. Nao é que o cara levou eu e a Carol para a Venezuela, dirigindo mais de 200 km até a fronteira?! Pois foi isso que ele fez. Saimos de manha e fomos rumo a Pacaraima, cidade sede da polêmica reserva Raposa Serra do Sol (RSS). No caminho vimos até tamanduá!

Passando pela RSS vimos várias placas indicando a reserva e citando que o uso dos recursos naturais ali é exclusivo dos índios. Estes, os quais vimos ao longo da viagem em pequenos povos viaiam em casas paupérrimas, às vezes ocas, às vezes casas de madeiras, outras vezes pilotando um trator.

O Joao, e aparentemente toda a populaçao de Roraima, é totalmente contra os índios. O argumento é que se está abrindo mao de riquezas naturais. Fora isso, a única coisa que Roraima consegue produzir competitivamente é o arroz, segundo ele o que vai ocorrer: "o índio vai ganhar a terra, mas como é preguiçoso, nao vai fazer nada e vai acabar arrendando para o antigo dono". Buenas, minha opiniao é um pouco diferente, mas sabem como é, nao é educado discordar de um anfitriao tao atencioso.

Em Boa Vista vimos vários outdoors e adesivos em carros contra a demarcaçao e em apoio ao general Heleno, aquele que fez as polêmicas declaraçoes. Algumas eram assim: "General Heleno, nós também acreditamos que a Amazonia é dos brasileiros, pelo menos por enquanto", "General, estamos contigo", "Os produtores de arroz de Roraima acreditam que a Amazônia é dos brasileiros"...

Buenas, hora de pegar o onibus para Caracas...

Boa Vista, Roraima, 24/08/2008, dia 2

Fomos comer no "Café do Suiço", estilo um café colonial, mas com pratos típicos também, R$ 20,00 por pessoa. O que vale destaque é a "paçoca" daqui, nao é a paçoca de amendoim que estamos acostumados aí. É uma paçoca com farinha e carne-seca, bem salgadinha, uma delícia. Fora a paçoca, a tapioca estava impecável, uma das melhores que já comi. Legal foi o Joao comentar que esse suiço tem uma ONG que recebe dinheiro da Europa para preservar a Amazonia, na real ele compra um pedaco de lavrado com a grana e diz: "to preservando"...

Do café fomos a mais uma parte do Império Kimak, o Aquapark Kimak, uma parte aquático, estilo Beto Carreiro, com vista para a serra, bóias, choupaninhas para colocar redes, etc. Resumindo um dia para relaxar, às 17h voltamos ao centro e fomos ao Cinema do Joao ver Kung Fu Panda (recomendo!).

A noite foi a hora de um passeio pela Av. Ayrton Senna, um lugar incrível, nos canteiros centrais há quadras de tenis, basquete, futebol, futebol de areia, parques para criancas, pizzarias, acaí (humm), pista de mini-carros para criancas, pista de kart, etc. É incrível! Tudo muito bem cuidado e conservado.

PS: em tempo, aqui ninguém usa cinto de segurança, mas, segundo o Joao, ele já foi multado várias vezes por nao usar, mas segue nao usando. Curioso, nesse dia, ao voltarmos do parque aquático, vi dois carros da polícia rodoviária federal, no primeiro o motorista estava com cinto, no segundo estava sem. Aqui na Venezuela (de onde escrevo) nao vi ninguém de cinto ainda.

Roraima 23/08/2008, dia 1

Bom, a primeira coisa a aprender ao chegar a Roraima é a falar o nome do estado. Enquanto nós aí do Sul falamos Rorâinma, ou seja, com o "a" fechado e com o som nasal, aqui no estado de Macunaíma (e quem sabe no Norte) todos falam Roráima, ou seja, o "a" aberto e sem nasalizacao.

Outra informacao interessante sobre o estado da polemica Reserva Raposa Serra do Sol é o numero de habitantes: Roraima tem 400 mil e Boa Vista tem 200 mil, sendo o estado menos populoso do Brasil.

Em Roráima, fomos recebidos pelo meu amigo Joao Miguel Kimak, que nos deu uma recepcao pra lá de boa. Já antes de chegarmos percebemos que o Joao era quase o dono da cidade, ou pelo menos amigo de todo mundo. Primeiro ele arrumou o hotel de um amigo dele para ficarmos de graca. Interessante é que o hotel é um dos poucos prédios da cidade, pois Boa Vista, assim como Brasília, Palmas e outras cidades brasileiras, foi planejada e é fomada principalmente por casas, com avenidas largas (4 pistas) e com pouquíssimos semáforos.

Ao chegarmos em Boa Vista já dava para ver a mudanca da vegetacao em relacao a floresta amazonica, no lugar de floresta densa há uma savana, chamado pelo pessoal aqui de lavrado, com palmeiras e algumas serras esparsas.

Ao descermos do aviao o calor já mostrou o que vinha pela frente. Depois de deixarmos as coisas no Hotel Barrudada fomos dar uma caminhada pela cidade, no sol. A primeira dificuldade é atravessar a rua, pois como falei as avenidas sao largas e nós, mal-educados, atravassávamos fora da faixa. Depois, ao percebermos que todos os carros param na faixa, vimos como era mais fácil dessa forma. Da caminhada tiramos algumas fotos do Monumento ao Garimpeiro (talvez em homenagem a esse homem protetor da natureza, :-) )

O Joao comenta que na década de 80, durante o ciclo de ouro em Roraima, o aeroporto era o mais movimentado do país em pousos e decolagens, fato a ser confirmado. De qualquer forma, ainda tem muito ouro lá, mas estava sendo tirado de uma forma completamente desordenada. O que ocorreu na prática foi que as terras foram transformadas em reservas indígenas (uma delas a Raposa Serra do Sol).

Voltando ao passeio, depois de um breve passeio paramos em uma loja para tomar um café. Tente imaginar a loja: toda em madeira com o mais fino acabamento, atendentes uniformizadas, roupas de marca, um café em um balcao também em madeira, uma TV de plasma 42" passando um DVD da Madonna, caixa do bar com monitor em LCD. Tá certo que é a loja mais fina da cidade, mas ficamos impressionados. Lá foi uma boa parada para mais um prato local e um suco de murici. Vale lembrar que suco aqui nao é o que tomamos aí. O suco aqui é denso, grosso, feito na hora, vem na jarra, com a fruta mesmo, o suco aí do sul, bem aguadinho, é chamado de refresco aqui.

Depois da volta, fomos à área de para-quedismo onde o Joao estava dando curso de para-quedismo. Ao chegar lá o camarada já arranjou uma vaga de graca para eu voar no Caravan que lancava os para-quedistas e pediu para o piloto fazer a "com emocao". Para encurtar, assim que o último saltou o aviao embicou e deu para ver as pessoas em queda-livre ao lado, detalhe, isso com o aviao sem a porta traseira (por onde os pqds saltam). Foi uma ótima montanha-russa.

Antes de sairmos para jantar fomos conhecer parte do Império dos Kimak, o Super Car Cine, o cinema do Joao. Quem está imaginando um cineminha simples pode imaginar de novo, o cinema tem 7 salas! e um visual futurista com paredes e corredores em estilo rochoso, nao sei descrever bem, mas impressiona.

Por fim o jantar nao poderia ser diferente: peixes locais e sucos da amazonia. Tomamos um de taperebá e outro de cupuacu (ss).

Buenas, esse foi o primeiro dia, que comecou bem cedo às 4h30 a.m. em Floripa, depois, exaustos só nos restou ligar o ar-condicionado no máximo e dormir.

mais info sobre a viagem no blog da Carol: http://coordenadaxy.blogspot.com/

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Viagem à Venezuela 23/8/8 a 7/9/8

Como o tempo de viagem é curto, somente 2 semanas, tínhamos inicialmente pensado em duas atrações na Venezuela: Salto Angel (ou Angel Falls) e Mérida.

Salto Angel é a cachoeira mais alta do mundo com seus 970 metros.
Mérida possui duas atrações: a sorveteria com a maior variedades de sorvetes do mundo e o teleférico, o mais alto do mundo e o mais longo. Como vemos a Venezuela é muito mais que o Chávez, já são aí três recordes mundias :-D

Entretanto na última hora, ontem, descobrimos que o teleférico de Mérida está fechado para manutenção e deve continuar assim por um ou dois anos! É gente, é o socialismo do séc. XXI chegando...

Devido a isso ainda não decidimos o roteiro após Salto Angel.

Como as passagens foram emitidas com milhas da TAM, tinhamos a possibilidade de chegar em Boa Vista, vistar um amigo meu que mora lá, e retornarmos por Caracas.

A primeira parte da viagem será de Boa Vista, Roraima (e não Rondônia :-D), a Canaima, de onde é possível ir a Salto Angel.
De Boa Vista cruzaremos a fronteira de ônibus. Segue o mapa do caminho.


Para chegar a Canaima, é necessário pegar um avião de Ciudad Bolívar. E de Canaima pega-se uma canoa; nesse ritmo tenho certeza que lá descobrirei que deve ter algum tipo de cipó envolvido como meio de transporte.

Buenas, mantê-los-ei informados....

Dados da Viagem:

Ida: 22 de agosto de 2008;

Volta: 7 de setembro de 2008.

Prefácio

Blog para dividir com os amigos os episódios engraçados de viagens. Espero que se divirtam.

Rafael Della Giustina Leal